gimigliano

desinformação

Já a algum tempo a pauta "desinformação" vem me incomodando pois, vem afetando diretamente meu relacionamento com meus familiares de uma maneira que, já nem questiono mais o que me é apresentado para não gerar discussões desnecessárias.

São esses, fatos ou informações que chegam a ser intrigante, desgastante de se ouvir e indigerível na visão de quem está por fora desse tsunami de desinformação. É "só" colocar Dr. no começo do nome, falar umas palavras que a maior parte da população desconhece que pronto, o Dr. Fulano falou que é isso ou aquilo.

Mediante a esse desgosto e do excelentíssimo podcast Tecnocracia que me veio o incentivo de escrever esse post. Mais como, uma forma de expor meu atual descontentamento com os meios de informação (digo, desinformação), além de algumas indagações e, apresentar aqui, os motivos ou soluções ao assunto em pauta.

Para tal, irei pegar alguns trechos que o Tecnocracia¹ apresenta para assim, expor alguns pontos em questão. Começando então pela pesquisa² realizada pela Universidade de Nova York que, após analisar alguns milhares de tweets, chegaram à conclusão que, para uma parcela da população, "a notícia não carrega a capacidade de informar, mas de corroborar crenças já solidificadas". Exemplificando, "as notícias, verdadeiras ou não, funcionam como etiquetas identitárias, algo que te identifica com um grupo".

A doutora em ciência política pela Universidade de Notre Dame e pesquisadora Nara Pavão descreve de uma maneira ainda mais clara "a teoria da notícia como etiqueta identitária" após um estudo das eleições de 2018 aqui no Brasil. “A gente acredita quando a informação comprova aquilo que a gente já pensa sobre política e rejeita a que contradiz nossas predisposições políticas. Não existe essa relação direta entre nível informacional e uma percepção maior ou menor de corrupção. Está mais correlacionada com questões de natureza política. Se eu gosto do governo, vou percebê-lo como sendo menos corrupto. Depende dos alinhamentos políticos, e não necessariamente do grau informacional”.

Temos então o ponto pelo qual eu queria chegar. Descobrimos que, um dos, se não o, principal motivo pelo qual alguém acredita em algo que, de um ponto de vista mais distante, é claramente um absurdo, é justamente a predisposição e, o quanto aquela informação condiz o seu atual grau de conhecimento ou crendice sobre aquele fato.

Temos aqui, um aspecto mais claro mas ao mesmo tempo, um outro ponto mais complexo ao meu ver. Voltando ao tópico na qual eu exponho minha preocupação e, colocando um pouco de lado o ponto de "pertencimento" pelo qual o texto do tecnocracia levanta, seria possível "desinformar a desinformação" de uma maneira "equilibrada" e ao mesmo tempo, tão eficaz quanto os boatos e mentiras apresentadas pelos canais de desinformação?

¹https://manualdousuario.net/podcast/tecnocracia-28/
²https://www.nyu.edu/about/news-publications/news/2018/june/jay-van-bavel-on-fake-news.html

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